sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Insignias Episcopais

As insígnias episcopais compreendem objetos que simbolizam o poder, a jurisdição, a prudência, o amor e a fidelidade do bispo à Igreja e àqueles que lhe foram confiados. São insígnias pontificais: mitra, báculo, anel, cruz peitoral e pálio (CB 57). Normalmente todos os bispos têm direito ao uso dos 4 primeiros (estes também são concedidos aos abades, como falaremos em outra ocasião). O pálio, feito com lã de ovelhas oferecidas ao Papa no dia de Santa Inês, 21 de Janeiro, é concedido aos arcebispos e patriarcas pelo Romano Pontífice. Tal cerimônia se dá no dia 29 de Junho na basílica de São Pedro, na solenidade de São Pedro e São Paulo (ver fa última foto). O anel e a cruz devem ser sempre usadas, mesmo quando não se usa batina.

A mitra, segundo o cerimonial dos bispos, é usada “quando está sentado; quando faz a homilia; quando faz as sauda­ções, as alocuções e os avisos; quando abençoa solenemente o povo; quando executa gestos sacramentais; quando vai nas procissões.”
O Bispo não usa a mitra: “nas preces introdutórias; nas orações; na Oração Universal; na Oração Eucarística; durante a leitura do Evange­lho; nos hinos, quando estes são cantados de pé; nas procissões em que se leva o Santíssimo Sacramento ou as relíquias da Santa Cruz do Senhor; diante do Santíssimo Sacramento exposto.”
O Bispo pode não usar a mitra quando tiver que tirá-la em seguida, ou quando deslocar-se em uma distância pequena e logo na seuquência tenha que tirá-la. À esquerda uma mitra ornada com o brasão do papa João Paulo II bordado às ínfulas (faixas na parte trazeira). (CB 60)





O báculo é usado apenas no território de jurisdição do bispo ou fora dele com consentimento do ordinário do lugar. O bispo usa o báculo, com a curva voltada para frente, “na procissão, para ouvir a leitura do Evangelho e fazer a homilia, para receber os votos, as promessas ou a profissão de fé; e finalmente para abençoar as pessoas, salvo se tiver de fazer a imposição das mãos.” (CB 59) À esquerda, uma imagem de Santo Agostinho sendo tentado pelo demônio. O santo, Bispo de Hipona, porta visivelmente mitra e báculo, este com a curva coltada para frente. À direita um bispo porta visivelmente o báculo, além da mitra e da cruz em cordão verde. Aparentemente, o anel na mãi direita é beiado por uma senhora.

O Papa usa, no lugar do báculo, a férula que é uma espécie de cruz ástil, sem o crucificado. Atualmente Bento XVI usa uma férula dourada, anteriormente usada por João XXIII. Nas fotos abaixo os papas João XIII e Bento XVI porta a férula à mão esquerda.






A cruz peitoral é usada sobre todas as vestes, exceto a casula, pluvial e a dalmática. (CB 61) Todavia, por especial concessão, o bispo pode usar a cruz sobre a casula. O cordão que sustenta a cruz, em ocasiões litúrgicas (com vestes corais ou paramentos) é verde-dourado (CB 63) para os bispos e arcebispos,
vermelho-dourado para os cardeais (CB 1205 c) e dourado para o Papa. Nas fotos vemos o papa João Paulo II, um bispo e um cardeal com seus respectivos cordões.


















Em ocasiões não liturgicas, a cruz peitoral é usada em cordão dourado simples (CB 1204), como a foto do papa Bento XVI, embora não seja proibido os bispos usarem o cordão simples durante as ações litúrgicas (exeto nas vestes corais, onde o cordão verde-ouro é obrigatório). Os arcebispos podem usar a cruz de dupla aste, como Dom Orani na foto.
















O pálio, no rito romano ordinário, é usado pelos arcebispos somente sobre a casula, não sobre o pluvial ou outro paramento, tampouco sobre as vestes corais. O arcebispo o usa apenas dentro do seu território de jurisdição, o que engloba a arquidiocese e as dioceses sufragâneas; na missa em que o recebe e nas demais celebrações pontifícias em que concelebre. (CB 62)
Na primeira foto, acima, temos o Papa usando seu pálio com cruzes vermelhas (as dos arcebispos são negras) e os cravos. Na outra foto o papa concedendo o pálio a um arcebispo.

Como podemos observar, as insígnias episcopais carregam grande significado teológico, além de possuírem regras próprias de uso, grande parte delas definidas no Caereminiale Episcoporum (Cerimonial dos Bispos). É, pois, lamentável que tais regras sejam descumpridas, pondo a perder todo o bem pastoral que proporciona o uso correto de tão preciosos símbolos, que destacam a ação pastoral do bispo como Sumo-Sacerdote da Igreja de Deus. De igual maneira, belas inígnias usadas de maneira correta, tornam a liturgia mais bela e mais evangelizadora. Os bispos podem ainda usar dalmática, cáligas e luvas pontificais, o que será tratado em postagem própria.

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